quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Ventriculite e DVE

Caros leitores, sei estou em falta com todos. Depois do facebook e Whats up, nosso relacionamento nunca mais foi o mesmo. As informacoes sao distribuidas mais rapidamente nao da tempo de organizar tudo numa ideia e postar aqui. Aliás até da, mas da também uma preguiiiiica..de parar contar tudo sao longas historias, que no face no whats viram fotos e videos..rs enfim..podem puxar minha orelha, acho digno!
Tenho muita coisa pra contar (novidade neh? rs) mas dessa vez não vou " vomitar" os acontecimentos todos em vocês de uma vez só, e deixar um gigapost daqueles que da uma preguica enorme de ler e ai você olha so as figurinhas e tem uma ideia do que ta rolando.
Mas hoje, vou falar das últimas internações de 2015, mas vamos antes para o último suspiro de 2014 que foi onde a batalha ( ou uma das) começou!
Angelo foi internado dia 30/12/2014 com um quadro de vômito e febre persistente. Os sintomas haviam aparecido há uma semana aproximadamente.
Não estava gripado, não houve contaminacao de dieta, tudo sempre feito nos conformes e com todo o cuidado necessário.
Levamos Angelo pro PA, feito os exames nos mandaram pra casa alegando nao haver nada com ele. Como sempre ignoram o conhecimento materno, antes mesmo dos exames ja alertei a médica que o Angelo deve ser avaliado clinicamente e nao por exame, pois raramente aparece alteração nem mesmo nos estágios mais críticos quando está em processo infeccioso.
Três médicos (3 ) avaliaram o Angelo e nos mandaram pra casa. Voltei, contrariada..mas voltei e resolvi ir tratando como dava.
O fato e que não deu pra tratar por muito tempo pois o problema era bem mais sério do que parecia, era com a válvula..aquela que é sempre a razão de nossas maiores dores de cabeça.
Já hospitalizado na UTI como de praxe, o diagnóstico ,( um pouco tardio inclusive) foi de uma ventriculite. Anjo estava com infecção no ventrículo causada pela bactéria chamada Pseudomonas.
Pra quem não conhece, é uma bactéria que comumente coloniza proteses e é até possível conviver com ela, entretanto quando demasiada a colônia é extremante agressiva e faz grandes estragos.
Pacientes traqueostomizado geralmente são conizados por pseudonomas e convivem com ela, só e feito o tratamento com antibiótico caso sinais de infecção aguda se manifestem como febre, vômito, aumento de secreção nas vias respiratórias.
Mas voltando a ventriculite...
Não se sabe como ocorreu a infecção do ventrículo, o fato e que o liquor estava contaminado e precisava ser tratado.
Contudo, para isso era necessário tirar as válvulas ( pois anjo tinha duas) e colocar uma DVE ( Derivação ventrículo externa) que drena o liquor para fora do corpo eliminando a pressão intra-craniana.

O procedimento foi feito  até que o LCR estivesse claro e não apresentasse sinais de contaminação, porém a DVE apresentou uma série de problemas como obstruções e precisou ser trocada várias vezes, inclusive mais de uma foi colocada na cabeça do pequeno.
Isso levou a realização de 9 procedimentos cirúrgicos, num prazo de 3meses e meio de internação ( o mais longo período desde o nascimento do Anjo).
Durante esses 3 meses e meio, foram realizadas tomografias quase diariamente, ao menos 3x por semana.
Nosso anjo perdeu muito peso, precisou tomar dieta parenteral, visto as inúmeras vezes que precisava ficar de jejum para a realização de exames e procedimentos cirúrgicos.
Com isso as fraldas variaram de G para juvenil quando alcançou um inchaço tamanho que seu peso chegou a quase 20kg (seu peso normal na época era 16).
Os momentos de tensão foram inúmeros, e momentos de desespero exorbitantes foram vividos nesse período, mas essa história ficará para um outro momento, hoje quero dizer das causas e consequências que uma infecção no ventrículo pode causar.
Para facilitar o entendimento podemos relacionar a proporção desse problema a meningite (como o neuro usou para nos explicar).
Mas enfim...depois dos 9 procedimentos finalmente nosso pequeno voltou para a casa com uma série de peculiaridades e recomeços.
Passados 3 meses, ca estamos novamente passando por esse processo (doloroso). Mais uma vez estamos na UTI e o Anjo está usando a DVE para tratar o LCR que está novamente infectado. Desta vez a bactéria não e tão agressiva e parece ser mais fácil de tratar, entretanto temos um novo desafio que e a DVA (derivação ventrículo atrial). Falarei melhor sobre este tipo de derivação no próximo post.


 "Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço e te ajudo e te sustento com a destra da minha justiça." (Isaías 41;10).