terça-feira, 10 de julho de 2012

Amor, infinito amor..



Diante de tantas adversidades que temos passado desde março deste ano com nosso pequeno Angelo Gabriel, resolvi fazer este post.

Foram idas e vindas do hospital, exames de sangue quase que diários, inúmeras radiografias, tomografias, intermináveis noites em claro por causa das febres, dos vômitos, das paradas respiratórias, que as vezes olhamos nos olhos de nossos amigos e familiares e vemos se perder a esperança.

Diariamente recebemos telefonemas aflitos ansiosos por boas notícias, e quando as respostas não são as esperadas, escutamos la no fundo da ligação um choro engolido, uma angústia, uma revolta contra o cupado (?) quem seria? nós? a família? a medicina? Deus????

Primeiro gostaria de lembrar a todos que nosso filho é especialmente lindo e perfeito e como todo ser humano tem prioridades, necessidades e peculiaridades. E o amamos como ele é, ainda que não ande, ainda que não fale, ainda que pareça pra sempre um bebê mesmo que ja tenha barba no rosto, nos o amaremos incondicionalmente.

Se vier a ir a escola, se vier a ser atleta, musico, pintor, escritor não importa!! ele será o que for o propósito de Deus e enquanto nos permitir sua presença, nos faz infinitamente feliz, mesmo com todas as dificuldades que possamos enfrentar.

Nos queremos o bem dele acima de tudo, queremos o seu melhor acima de qualquer pessoa, e queremos fazer tudo quanto pudermos, mas acima de tudo temos que respeitar seu tempo, seu bem estar, sua natureza frágil e seu direito de estar em paz.

Devemos contudo estar preparados para dificuldades ainda maiores, para coisas que talvez não façam parte da nossa rotina, que nos assustam pois não compreende o nosso universo tranquilo e ensolarado. Acreditamos sempre no melhor e na evolução do nosso pequeno, mas as vezes nos chocamos quando algo sai fora do planejado, quando acontece alguma coisa inesperada.

Sabemos entretanto que é dificil aceitar as mudanças, mas nós (pais) não temos como fugir, como se esconder, como esperar melhorar e ser visita de domingo. Nos estaremos presentes nos dias frios, nublados e calçaremos as sandálias do medo sem opção de escolha.

Se num desses dias for insuportável pra você então por favor nos procure quando a tempestade passar e o sol se abrir, ajude-nos a espantar as sombras e não nos perdemos ainda mais nelas.

É extremamente doloroso quando vimos alguém sofrer pelo nosso pequeno,chorar, ou ter pena dele. Sentimos culpa, sentimos raiva, e acabamos penalizados por nos mesmos, e isso é horrivel!

Para vencer uma guerra o soldado deve ter acima de tudo coragem e vontade de vencer, e quando nos deparamos  com estas circunstâncias somos desde ja derrotados.

O fardo torna-se mais pesado, pois carregamos não somente o medo de falhar mas de fazer outros sofrerem.

Mas para se fazer entender tudo o que digo, é preciso mostrar a vocês o mundo que alguns ignoram, que outros desconhecem e que muitos pensam que só eles fazem parte e nem imaginam quantas pessoas compartilham da mesma experiência.

Antes de escrever este post passeava pela blogosfera materna como sempre procurando respostas para as dúvidas que permeiam nosso dia a dia a cerca do Angelo Gabriel nosso mistério divino.

E tive oportunidade de ver casos como o da Vitória, da Camilinha, da mãezona Robertha (mãe de quadrigêmeos) e fiquei encantada com quanto amor se encontra em meio a tanta luta,  tanto sofrimento, tanta incerteza.

E é disso que queria falar...deste amor infinito, grande, contagioso sem fronteiras.

Convido vocês a leitura dessas fantásticas histórias,mas acima de tudo peço que entendam que não me sinto feliz porque há casos mais complexos que do meu Angelo, que devo me sentir honrada porque poderia ser pior..nãao! não é a este pensamento que quero chegar.
O que quero dizer é que não somos únicos nessa luta, não somos únicos cheios de dúvidas, de medos de incertezas. Outros também choram no meio da noite quando não sabem o que fazer, ou choram quando os médicos não lhe dão as respostas que precisam, ou porque simplesmente se deparam com a medicina como ele é: puramente humana e restrita.
O que espero de verdade é que sintam-se encorajados a lutar, a aceitar "imperfeições" a aceitar o outro como ele é sem restrição de tempo ou espaço, sem olhar para o semelhante e ama-lo com a condição que ele se transforme em quem você quer que ele seja, em quem você planejou que ele será...ame-o simplesmente por quem ele é.

Para finalizar este post - desabafo, não posso deixar de falar da maior fonte de amor que possa existir: Deus.

Para alguns esta parte será descartável, mas somente depois de me tornar mãe e assistir infinitas vezes o sofrimento do meu filho, pude compreender plenamente a dor deste Pai que sacrificou seu filho por mim, por você e por todos merecedores ou não deste amor.

Então aprendi a não me rebelar quanto a minha condição humana, a minha história a não me sentir injustiçada mas aprendi a me sentir oportunizada, pois tal como outros que vivem esta mesma situação, somente nós podemos nos sentir tão perto do Criador. 
Você não se lembra dele quando esta em uma festa, não se lembra quando senta num bar, não se lembra quando esta tudo bem.
E nós quando nos deparamos com nossa fragilidade de ser humano, quando nos deparamos com a existência tão superficial, quando nos deparamos com nossa insignificância perante o universo e todos os seres vivos, então percebemos essa fonte de amor inesgotável, para quem somos tudo, somos insubstituíveis!

Esta é a razão de ser. Esse é o meu recado, tudo o que Deus nos pede é que o sacrifício de seu filho não seja em vão...
Portanto não será em vão também o sofrimento do meu filho, eu aprendi...espero que vocês aprendam também!

Pra finalizar segue abaixo uma carta..de alguém que ama muito a todos nós!

8 comentários:

Roziner Guimarães disse...

Amada ex-aluna,

Que texto emocionante! Este trecho mexeu muito comigo: "O que quero dizer é que não somos únicos nessa luta, não somos únicos cheios de dúvidas, de medos de incertezas. Outros também choram no meio da noite quando não sabem o que fazer, ou choram quando os médicos não lhe dão as respostas que precisam, ou porque simplesmente se deparam com a medicina como ela é: puramente humana e restrita." Eu tb, às vezes, tenho me sentido assim... Sei bem o que é esse sentimento! Mas devemos ter sempre em mente o que está nas linhas e entrelinhas de seu texto: Deus está no comando! Nenhum sofrimento é em vão. Confiemos em Jesus!

Força sempre e muita Luz para vc, o grande Anjo e toda sua família!

Roziner Guimarães

drika disse...

obrigada Professora (pra mim não existe ex professora euaheuah quer queira quer não)..acho que sei porque se sente assim..ou suponho que seja por outros posts que vi no face. Mas é isto ai esta no caminho certo, Deus é a resposta para tudo! bjs obrigada pelo comentário.

ELIANE BIBIANO disse...

Nossa Dry cada vez que leio seus post's chego a gelar...me emociono cm sua história e fico a pensar q só uma força tão grandiosa chamada Amor (q vem de Deus ou seria o Próprio Deus?)é capaz de nós dá força, tranquilidade ao meio as diversidades e principalmente o discernimento, pq em momentos difíceis quase sempre ficamos cegos, sem perspectivas...sem direção, mas Esta Força inexplicavelmente nos impulsiona a seguir iluminando o nosso caminho...Q vc e sua abençoada família tenha sempre Esta Força a iluminar suas vidas! Bjo gde! P.S. tenho gde satisfação em ser sua amiga e saber a gde mulher q vc se tornou... mesmo distante estou sempre a orar por vc e pelos seus. Fica cm Deus!

drika disse...

Obrigada pelo apoio Li..e principalmente pelas orações. Saudades, bjs.

Ana Lúcia Góis disse...

Amiga, a palavra certa é: Fomos abençoados, por termos filhos tão especiais em nossas vidas! Não importa o que aconteça, vamos sempre amá-los incondicialmente. Um beijo pra você e mil pro Biel.
=)*

drika disse...

Exatamente Ana, esses petecuchos gostosos saõ uma benção.Aie que saudade do Pedrinho..falo dele pra todo mundo, pq ele é um sapeca lindo. Bjs

'PRATICANDO O FUTEBOL' disse...

Que susto quando soube da gravidez da Drika, pois ela idolatrava Peter Pan, nunca almejou maturidade, casamento que sá maternidade, assim, o susto foi maior quando soube as condições de saúde que teria o Bebê.Certa tarde após o serviço passei pela casa da mãe, e ainda do outro lado da rua ela gritou 'a bolsa da Drika estourou', e sem atinar ao ocorrido pensei {e dai, troca de bolsa e pronto), momento estúpido, caiu a ficha e a correria começou, pois sabíamos o atendimento deveria ser rápido e especializado.Fomos leva-la ao hospital eu e minha mãe, o nervosismo aflorava a pele.
A família dos avós paternos não tardaram chegar tamanha a ansiedade pelo 1º neto, e preocupação com sua saúde.Vi a Drika 2 dias depois, e o bebê idem, e ainda assim cometi imensa gafe, ao tecer um comentário infeliz pensando que ela dormia no leito, (desculpa Drika, mas eu não estava preparada para vê-lo naquelas condições, nem nos meus piores pensamentos imaginei que havia juntado tanta água em sua cabecinha).Este foi o dia em que tive dimensão do problema, porém, passou o tempo as coisas se complicaram, vieram as 1ªs intervenções cirúrgicas - o 1º entupimento - a 1ª troca de válvula, e cada vez que apresentava algum problema na válvula sua cabecinha tornava a inchar, a aumentar a pressão interna e ele sofria.A Adriana preferiu vestir-se de 'Dama de Ferro', ou fingir que... e assim tentar minimizar o que já era caótico, ela fingia ser capaz de suportar e nós fingíamos junto, fingíamos não perceber seu imenso sofrimento, sua dor!Fingíamos para não vê-la sofrer por seu filho, por nós, por ela.Deste modo, passaram-se meses, a agonia amenizou quando Ângelo Gabriel pôde ter um mínimo de qualidade de vida, sem tantos aparatos médicos, sem tanta necessidade da home care.
Rafa e Drika ja podiam se dar ao luxo de passear (ainda que fosse para adentrar outra casa de um parente qualquer) e levar consigo o herdeiro querido, que é nossa alegria.
Infelizmente as idas e vindas às internações hospitalares se fizeram rotina infeliz em nossas vidas, embora almejássemos a saúde melhor que puder ter, amamos e aceitamos ele tal qual é, mas sofro com seu sofrimento, pois sou incapaz de lhe proporcionar o bem maior que é a saúde, me sinto insignificante, pequena e envergonhada diante da Drika e do Rafa, me esforço para demonstrar alegria, coragem e esperança, mas percebo em seus olhos a dor e decepção por falhar.
Inúmeras vezes engoli o choro, praticamente calei quando devia falar, justo eu tão falante e de voz até estridente...Quantas vezes deixei de acalentar ambos que sofrem a dor indescritível e imensurável, própria dos pais que amam e que morreriam por seus filhos, por ser tão fraca.
Sei que minha fraqueza os fere na alma, contudo me faltam palavras, diante de determinadas situações.
Não sinto pena de nenhum dos 3, pelo contrario sinto orgulho de tamanha força e coragem de lutar contra aquilo que as vezes parece impossível, invencível...
Me entristeço por tornar o fardo ainda mais pesado para ambos, quando não correspondo as suas expectativas e necessidades, e sou obrigada a confessar - não raras vezes praticamente perdi as esperanças.Porém, quando elevo meus pensamentos a Deus e percebo a força e vontade de viver que tem nosso 'Pequeno Guerreiro' me refaço e rapidamente renovo todas as expectativas e planos de vida que almejo para ele.
Estas são as angustias que me cercam diariamente, mas gostaria de dizer a todos que vivem neste contexto que nós familiares sofremos por não corresponder suas expectativas e necessidades.
Seremos mais fortes, se unidos. E ainda que choremos cada qual no próprio travesseiro, choraremos pela mesma graça, a vida é um dom divino, mesmo que uns sejam mais fortes, outros mais fracos, todos que portadores de alguma síndrome são missões que Deus pais nos confiou

drika disse...

eu não sei qual foi a gafe ehehe, enfimadorei o comentário..renderá um belo post para o blog..brigada Ro..bjs